Acho que toda criança tem, não tem jeito. Mas eu já não ligava pra isso com 16 anos. Meu pai começou a ter uma doença estranha, que o obrigava a ficar de cama. Eu dormia sozinha, e meu quarto ficava ao lado do quarto dos meus pais. Ainda, num outro quarto, dormiam meus dois irmãos.
Tenho o hábito de dormir virada para a parede, encostada nela por causa do calor que fazia na cidade que eu morava (Corumbá). Uma noite, quase dormindo, meu quarto ficou iluminado de repente. Achei estranho, porque eu só dormia com o ventilador ligado, e não tinha abajur no meu quarto. Me virei devagar e vi. Não sei dizer o que era, mas era alto e estava usando um capuz que cobria a cabeça. O meu quarto tinha ficado iluminado porque ele estava segurando uma vela. Logo que me virei, ele apagou a vela e desapareceu devagar.
Só quem já passou por isso sabe como é morrer de vontade de gritar e não conseguir. Só alguns segundos depois, eu consegui gritar. E não sabia se gritava ou chorava. Minha mãe foi correndo ver o que tinha acontecido comigo, mas eu não conseguia falar, só chorar.
Nesse dia, fui dormir no quarto dos meus pais, pensando que assim me sentiria mais segura. Mas eu não conseguia tirar os olhos da porta. Lá, uma sombra gigantesca ficava vigiando. Eu chorava, implorava pra que aquilo fosse embora, mas nada acontecia. Eu sabia que meu pai também conseguia enxergar, porque ele me dizia pra não olhar e pra rezar. Não consegui dormir nessa noite. Desde então, quase cinco anos já, eu durmo com a tevê ligada. Tenho pavor de escuro e nunca mais me aventurei a dormir sem nenhuma luz no quarto.
< por: Mariana />
< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h18 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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