sexta-feira, 30 de abril de 2021

Homem No Quarto

< Foto Por: 809499 />
< Registro: 23, categoria: Aconteceu Comigo />

Quando eu tinha 18 anos, estava dormindo na casa dos meus pais. Acordei de madrugada assustada e quando abri os olhos, vi um homem de uns dois metros de altura, mais ou menos, com um casaco bem comprido com as golas levantadas e com um chapéu, levantando da minha cama (parecia que ele me olhava dormir) e indo pra janela. Meu Deus, quando vi aquilo, cobri meus olhos e comecei a rezar e pensar: "Vou gritar! Não! Ninguém vai ouvir porque a minha porta tá fechada, meu irmão tem sono pesado e meus pais não vão ouvir porque o quarto é longe! E outra, esse homem vai ouvir e olhar pra mim!"

Tirei o cobertor do olho e vi o homem ainda lá. Cobri os olhos novamente, tirei e o tiozão ainda lá! Não saía! Estava em pânico com o corpo paralisado de medo. Ele ficava olhando pra fora da janela, não sei porquê. De repente ele virou, olhou pro meu guarda-roupas, pra porta, deu um passo (eu escutava até o barulho da roupa dele, sabe quando a roupa faz aquele, xiiixxx com o atrito?) olhou pra janela e sumiu! Mas ele ficou lá uns 15 minutos, eu acho, porque foi muito tempo.

Precisava sair do meu quarto de qualquer jeito, mas tinha medo de ver o tal homem de novo. Pra minha salvação, meu irmão saiu do quarto dele depois de um tempão, acho que pra ir ao banheiro, foi quando falei:

— Dhyego.

E ele abriu a porta e falou:

— Que que é menina, não dormiu não??

Eu disse que estava com medo e que queria dormir com meus pais. Ele riu e perguntou o porquê.
Falei:

— Eu vi um homeeeemmm aqui!

Nossa, ele deu um soco no interruptor e falou:

— Que????? Lá fora né?

Eu respondi que não e que tinha sido na janela. Nossa mãe! Todo mundo acordou, meu pai saiu no quintal pra ver tudo (macho meu pai heheeh) e não achou nada.

Então, só sei que quase morri de medo e aos 18 anos fui dormir com meus pais chorando como uma criança. Agora eu dou até risada, mas na hora.

< por: Karine />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h12 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sábado, 24 de abril de 2021

Cancela Assombrada

< Foto Por: Argus398 />


< Registro: 22, categoria: Aconteceu Comigo />

Essa também aconteceu no sitio onde meu pai morava...
Lá diziam que havia uma cancela (Uma espécie de porta feita de madeira) que ficava no meio da estrada e diziam que era assombrado depois das seis horas. E todo mundo evitava passar por lá depois daquele horário.

Certa vez meu tio tinha ido até a casa da namorada dele, e na empolgação, acabou escurecendo e quando ele percebeu já passavam das seis horas. Então, se apressou em ir embora, e já com receio porque pra poder ir pra casa precisaria passar na tal cancela assombrada.

Lá foi ele a galope, pela estradinha de terra, somente iluminada pela lua, rezando pra que, quando chegasse na cancela, ela estivesse aberta pra ele não precisar descer e ir lá abrir. Só que quando chegou, ela estava fechada, e o cavalo ficou com as orelhas em pé, assustado com alguma coisa que meu tio não conseguia ver.

Ele com muito medo desceu, foi até a cancela, abriu ela rapidamente, pegou nas rédeas e puxou o cavalo. Nem perdeu tempo em fechá-la, deixou aberta mesmo. Subiu rapidamente no cavalo e quando ele já estava mandando o cavalo correr dali, aconteceu o que ele temia.

Ele ouviu um tapa, na traseira do cavalo, seguindo por um grito agudo. O cavalo saiu correndo louco na estrada. Ele enrolou as mãos nas rédeas do cavalo e se agarrou ao pescoço do mesmo, pra não cair. Sentiu alguém pegando ele pela cintura, com força, se agarrando a ele, e o cavalo baixando a traseira com se tivesse levando alguma coisa muito pesada. Então o cavalo entrou pela caatinga, e os galhos rasgaram ele todo. Mas o cavalo conseguiu chegar na casa dele. Ele chegou lá quase inconsciente, com as roupas rasgadas pelos galhos secos, e todo cortado também. O cavalo muito assustado, meu tio desmaiou e só no outro dia contou o acontecido a meu avô, que falou que ali ficava o coisa ruim (um demônio, ou um espirito mal pra eles no sítio).

< por: Nilton César />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h09 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Carona Fantasma

< Foto Por: Pexels />


< Registro: 21, categoria: Aconteceu Comigo />

Essa história aconteceu com o meu pai. Nós morávamos em Taiwan, eu era pequenina e meu pai trabalhava de taxista noturno. E em uma noite comum, um cliente o parou vestindo apenas uma sunga. Meu pai tinha no porta malas uma pequena bolsa com algumas peças de roupas que a minha mãe separava para ele, e como naquela noite estava um pouco frio, meu pai deixou algumas roupas com ele.

O homem pediu para que meu pai o deixasse do outro lado da cidade, e assim o fez meu pai. Durante a viagem, não houve nada de incomum, apenas conversaram pelo caminho, e o homem dizia não se lembrar o que havia acontecido com ele e como fora parar lá.

Chegando no local, meu pai parou num beco escuro, o homem pediu para que meu pai esperasse que ele iria pegar o dinheiro e entregá-lo.

Meu pai esperou por horas e nada do homem aparecer. Até que ele decidiu ir atrás e ver o que estava acontecendo, quando ele passou pelo beco, um cachorro começou a latir para ele sem parar, meu pai achou estranho por que o cachorro não latiu para o homem quando passou por ali, e chegando por onde o homem havia entrado meu pai viu que o lugar era um Clube de Piscinas, e na entrada havia um aviso.
O clube estava fechado por que havia acontecido um acidente no local, um homem havia se afogado.

< por: Sendy />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h08 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sábado, 17 de abril de 2021

Mistérios da Mata

< Foto Por: Free-Photos />


< Registro: 20, categoria: Aconteceu Comigo />

Meu pai e os irmãos dele, costumavam caçar tatu quando eram adolescentes (coisa do interior, na época não tinham televisão.. ;) ), então eles saíam de madrugada e levavam a cachorrinha de caça deles (esqueci o nome da cachorra.... vou chamá-la, aqui, de Baleia). Era uma cachorrinha muito esperta e sempre que encontrava um Tatu ou um Peba acuava, com seus latidos, o bicho dentro de sua toca.

Certo dia, eles saíram de madrugada, meu pai, e mais dois irmãos dele (meu pai com 17 anos, e os irmãos dele um com 16 e o outro com 15 anos), e lá no meio do mato, quando eles já haviam caminhado um bocado, a cachorrinha saiu correndo na frente. Então depois de algum tempo, eles ouviam bem distante o latido da cachorra, que ecoava no silêncio daquela madrugada.

Eles correram em direção ao latido, com esperanças de que a cachorra tivesse encontrado alguma caça. Mas quando chegaram lá, se deparam com a cachorra latindo, no pé de uma árvore, olhando pra cima, e eles tentando enxergar o motivo pelo qual ela latia.

Foi quando eles ouviram o som de folhas sendo pisoteadas, como se várias pessoas se aproximassem deles. A cachorrinha saiu correndo, e então o som das folhas pisadas, vinha de todos os lados e meu pai e meus tios, com medo do que poderia ser, se juntaram e se abaixaram. Foi quando, começaram a atirar pedras neles, mas muitas pedras mesmo e o som das folhas foi substituído por um som de Matracas, era um som horrível, e eles não conseguiam ver ninguém. Isso durou cerca de 5 minutos, quando parou de repente e o silêncio tomou conta do lugar. Até ser interrompido pelo som da cachorra apanhando, bem distante, e eles muito assustados continuaram parados no mesmo local, só ouvindo. Ficaram ali até o dia amanhecer. Depois disso eles nunca mais inventaram de caçar a noite.

< por: Nilton César />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h06 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 16 de abril de 2021

Cond. Residencial Vale das Rosas (Nova Friburgo/RJ)

< Foto Por: TheDigitalArtist /> 


< Registro: 19, categoria: Aconteceu Comigo />

O que vou relatar foi um acontecido com um tio meu, em meados de 1993. Meu tio é uma pessoa muito extrovertida, de bem com a vida e tudo mais. Ele tem por volta de 40 anos de idade, é homossexual, cabelereiro, etc, etc, etc...
Eu tinha mais ou menos uns 14 anos, quando ele sofreu um acidente de carro numa encruzilhada perto do Sob Boate (Conego). Ele ficou uns tempos na casa da minha avó para se cuidar. Ele quase teve que amputar a perna, pois o acidente foi feio, teve que colocar pinos e tudo. Com isso tive chance de conversar com ele e saber algumas coisas que estavam se passando na vida dele. Ele me dizia que não conseguia parar de beber, que entrava dentro do apartamento dele no Vale das Rosas e sentia uma vontade incondicional de beber cachaça!!!

Com isso ele estava louco pra sair do apartamento, pois era ele chegar dentro de casa que vinha a vontade de beber, entretanto sua casa ainda estava em construção e ele não podia sair de lá até acabar a obra.

Ele ficou na casa da minha avó por uns 3 a 4 meses, até que sua casa ficou pronta. Ele ia se mudar do apartamento onde morava, tendo que fazer sua mudança o mais rápido possível, para não ter que pagar mais um mês de aluguel sem necessidade. Eu me propus a ajudar a fazer a mudança.

Fomos eu, minha mãe, minha avó, e um amigo dele ao apartamento para empacotar tudo, para no dia seguinte colocarmos tudo dentro de um caminhão de mudança. Assim começou todo esse episódio, que eu nunca mais esqueci!!

Bem, fomos pra casa dele de manhã, eram umas 9 horas da manhã, assim que chegamos começamos a arrumar as coisas, minha mãe fez um macarrão, almoçamos lá mesmo, até aí tudo bem.

Quando foi depois do almoço, que já estava praticamente a metade das coisas empacotadas, começamos a sentir um cheiro meio fraco de velas. No decorrer da tarde o cheiro foi ficando mais forte e o clima que parecia ser legal entre todos ali, foi ficando mais pesado e desconfortável.
Ele (meu tio) tinha um altar dentro do apartamento, esses altarzinhos pequenos com algumas imagens de santos (vocês sabem né). Então, minha avó começou a desmontar o altar pra empacotá-lo também. Nisso ela pegou umas duas guias e colocou no pescoço, dizendo que tinha achado as guias bonitas (guias são aqueles cordões com pedrinhas coloridas usadas nos centros espíritas), e continuou a empacotar todo o resto. A essa hora o cheiro de vela já estava quase insuportável.
Bem o pior estava por vir!!!

Quando minha mãe (que já foi médium, frequentadora de centro, tal como minha avó) foi até o quarto do meu tio terminar de arrumar suas roupas. Ela chegou no quarto (disse ela), e viu uma pessoa negra encolhida no canto do quarto e as velas em torno de todas as paredes acesas, um homem alto forte com um chapéu preto em pé ao lado do negro abaixado, e uma mulher loira do outro lado da cama. Depois disso ela desmaiou e quem viu ela desmaiando fui eu, comecei a gritar e chamar pela minha avó, desesperado, arrastei ela até a sala. Nisso, minha avó estava batendo e jogando água na cara dela pra ela acordar. De repente, ela acordou com os olhos todos brancos (sem essa bola preta), com uma força sinistra, empurrou o cara amigo do meu tio na parede e começou a ir pra cima da minha avó dizendo com uma voz muito grossa, não era a voz dela:

— Não adianta ele sair daqui, pra onde ele for eu vou atrás dele.

Eu já estava completamente em choque, no meio daquela situação, eu estava imóvel e pálido!!!
Foi quando o cara que estava lá com a gente pulou em cima da minha mãe, jogou ela no chão e a segurou. Ela continuava dizendo:

—Eu ainda mato aquela bicha.

Minha avó segurou nas guias que ela tinha pego no altar com toda força e começou ali mesmo a aclamar pelo nome de Jesus, dizendo que o que quer que estivesse no corpo da minha mãe que saísse, e que ele não tinha poder pra fazer mal nenhum a quem quer que fosse. Daí a coisa que estava nela falava:

— Vocês já viram o que eu fiz com aquela bicha, já quebrei a perna dela, agora vou levar a vida.

Minha avó num súbito de raiva, começou a bater (com força) na cara da minha mãe, dizendo:

— Vai embora, vai embora, sai daqui em nome de Deus.

Foram uns 4 tapas bem fortes, nisso minha mãe desmaiou de novo. Voltamos a jogar água no seu rosto para ela acordar. Quando ela acordou, pegamos rápido nossas coisas e fomos embora largando tudo como estava.

Quando chegamos na portaria do prédio, eu olhei para a janela do apartamento do meu tio, chamei todos para olhar e vimos uma mulher loira e um homem com chapéu preto de braços cruzados e rindo.

Conclusão do caso:
No outro dia o caminhão de mudança foi lá, terminaram de empacotar as coisas dele e fizeram a mudança numa boa, sem acontecer nada.

Mas meu tio...hoje está com aids!!!

< por: Adriano />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 12h02 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />

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sábado, 10 de abril de 2021

A Amiga Da Vovó

< Foto Por: brenkee />


< Registro: 18, categoria: Aconteceu Comigo />

Teve uma vez que uma amigona da minha avó veio a falecer de câncer na época e ela havia sofrido muito!! Algum tempo depois rolou a festa de ano novo que sempre tinha lá em casa, essa seria a primeira sem essa amiga da minha avó lá!!!

Então veio um monte de parentes que já estavam a um tempão sem ir lá em casa. Foi ai que um tio meu, estava conversando com a minha avó e minha mãe e elas contaram da morte da amiga.... ai o meu tio ficou muito espantado e disse:

— Ô Jacy mas como, se eu acabei de ver ela parada na porta da sua casa??? Até falei com ela.

Eu lembro que depois disso a minha mãe começou a passar mal pois ela tem o "corpo aberto" para esse tipo de coisas e começou a falar como se não fosse mais ela e, sim, a Nilsa essa amiga da minha avó, falecida naquele mesmo ano!!! Lembro bem disso e todos depois tentaram amenizar mais ficou tão explicito que nem teve como!!!

< por: Marcos />

< Postagem original publicada em 17/09/2011 ás 11h59 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 9 de abril de 2021

As Três Covas Abertas

< Foto Por: geralt />


< Registro: 17, categoria: Aconteceu Comigo />

Como muitos de vocês sabem minha família veio de Sto. Antônio de Pádua. Minha avó, uma sueca belíssima, havia ficado viúva de meu avô, que era médico e morreu precocemente aos 43 anos de idade.
Minha avó veio para o Rio de Janeiro, por volta de 1950, com 10 filhos, com idade entre 17 a mais velha e 6 anos, que era a minha mãe. Vovó contava muitas estórias da fazenda em Pádua, onde meu avô quase nunca estava, visto que era metido em política e era o único medico das cidades circuvizinhas, tais como Itaperuna, São Fidelis e Miracena, região norte do Rio de Janeiro. Contava sobre as noites de lua cheia onde os cavalos da fazenda ficavam enlouquecidos, relinchando, galopando em volta da casa grande, desesperados, sendo montados por coisas-ruins.
Os cães latiam sem parar, naquelas noites de horror. Não sabia-se, ao certo, o que acontecia lá fora. Vovó juntava os filhos todos à volta dela, se ajoelhavam e oravam a Deus pedindo proteção. Alguns dos meus tios menores se escondiam debaixo da cama, e fechavam os olhos, de tanto medo. Só abriam quando tudo acalmava. A casa grande, assim como a maioria absoluta, era de telhas, e os tijolos não eram muito bem cimentados, em muitos locais haviam buracos onde passava luz. Ouviam algo correndo por cima das telhas, afundando, quase quebrando num barulho ensurdecedor.
Pelas frestas da casa viam-se sombras passando, correndo, um rugido infernal. Vovó era cristã e criou todos os filhos tementes a Deus, mas tb acreditava, assim como todos da roça, em criaturas sobrenaturais, como curupira, saci, mula sem cabeça.
Os cavalos voltavam pela manhã, exaustos da corrida, com a crina tão trançada que minha mãe contava que precisavam de muitos dias até as tranças se desfazerem todas. Para os olhos e ouvidos dos meus tios, ainda crianças, devia ser mesmo aterrorizante.

Quando a família veio para a capital do RJ, estabeleceram-se num local, que naquela época, era uma fazenda enorme, praticamente desocupada, em Bonsucesso, onde atualmente é o Complexo do Alemão.
Meus tios e minha mãe cresceram, achando-se livres daquelas noites de Pádua. Acharam que o haviam deixado para trás , que o problema estava na cidade natal.
Ledo engano.
Acabaram descobrindo que não era a cidade. Era a família, inclusive a nova geração, onde me incluo, que atraía esses eventos sobrenaturais e inexplicáveis.
A casa da vovó era uma delicia. Pobre, de telhado, banheiro do lado de fora. Mas havia muito amor. Fomos criados todos juntos, primos e primas, como irmãos. Eu era uma criança especial para a minha avó. A preferida dela. Talvez por não ter tido pai, minha avó me amou e me protegeu mais que a todos os outros netos, e eles eram muitos. Fui criada por essa figura forte e enérgica, que comandava a família com mãos de ferro, e ao mesmo, tempo tão doce e amorosa.
Conforme eu ia crescendo entendia porque vovó era tão procurada e respeitada pelas pessoas. A via pondo as mãos nas pessoas doentes, em crianças, velhos e ficavam curados. Usava azeite nas feridas e abençoava. Eu não entendia muito bem, era muito pequena ainda, só muito mais tarde compreendi que minha avó tinha o dom da cura. E ela tb "via" coisas, mas isso era segredo. Esse tipo de assunto era proibido ser falado perto das crianças. mas eu era curiosa e inteligente. Sabia que minha avó era especial. Só não sabia que seus dons eram partilhados comigo.

A casa da vovó era pequena em comparação ao terreno. Ficava (até hoje esta casa existe) no alto de uma rocha, próximo a um pequeno riacho. Era térrea e apenas um quarto.
Em cada cômodo havia janelas de madeira, tipo veneziana, cujo trinco era daquele que girando um pedaço de metal entrava num buraco feito no parapeito mesmo. O telhado era feito de telhas de barro e algumas eram transparentes, que eram comumente usadas para passar claridade.
Aquela casa era meu lar.
Um dia estava eu brincando sozinha na sala, vovó devia estar no quintal (terreiro como ela falava) lavando roupa. Do nada me levantei e subi na janela da sala, que dava pra um corredor que era fechado pela parede da casa do meu tio.
Qual não foi a minha surpresa, olhei para baixo, não existia a casa do meu tio. Havia uma descida, um caminho de terra, que descia até o fim da casa.
Eu devia ser mesmo muito palerma, porque não me dei conta que aquilo não existia e nem chamei por ninguém. Apenas fiquei olhando aquele novo pedaço da casa.
Ao observar bem, vi três montinhos de terra, como se tivessem enterrado pessoas. Eram realmente três túmulos. Eu estranhei, mas não sei por que continuava a olhar.
Foi quando vi um daqueles monte de terra se mexer. E uma mulher levantou-se de dentro da terra.
A mulher levantou-se, vagarosamente... Suas roupas estavam cobertas de pó, rasgadas, seus cabelos desgrenhados. Esta mulher não havia me visto, estava na estrada abaixo da casa.
Ela pôs-se de pé, de costas para onde eu estava. Não sei se falou alguma coisa mas a terra em cima dos outros dois túmulos também se moveram e mais duas mulheres, semelhantes a primeira, saíram de dentro deles.
As três nada falaram. Ficaram um tempo paradas. O estranho é que tudo era devagar. Como em câmera lenta. E daquela maneira lenta se viraram todas as três ao mesmo tempo para onde eu estava, me encararam com aqueles olhos mortos mas maliciosos e começaram a subir, arrastando-se na estrada, em direção a janela onde eu estava, ainda, observando.
De repente, parece que acordei. Sabia que elas queriam entrar na casa da vovó. Aflita, corri na porta e vi minha avó ao longe, no portão com alguém. Também sabia, não sei como, que enquanto a minha avó não voltasse eu não tinha que lutar com aquelas criaturas mortas-vivas, apenas tinha que impedir a entrada delas na casa. Só ela podia resolver aquilo. Era isso que martelava na minha cabeça. Fechar tudo, impedir a entrada até vovó chegar. Só ela podia resolver aquilo.
Comecei a fechar tudo. A porta da frente, as janelas dos quartos, a porta da cozinha, e de vez em quando olhava pela janela da sala para ver se elas já estavam chegando. Era um frenesi, um afobamento, e cada vez que olhava pela janela e elas se aproximavam cada vez mais, bem devagar. Fui ao quarto da minha avó fechar a janela e quando voltei para a sala já podia ver as cabeças daquelas coisas. Corri para a janela da sala e tentei fechar o lado esquerdo primeiro, quando a cabeça de uma delas impediu. Abri um pouco mais e empurrei a cabeça pra longe e fechei ao mesmo tempo puxei o lado direito. Foi quando aquela primeira mulher que se levantou da cova me olhou zangada e segurou no meu braço.

Uma dor cortante me invadiu. Aquela mão tinha tanta força!!! Puxei o braço varias vezes até finalmente me soltar e fechei a janela totalmente. O tempo todo ficava esperando minha avó voltar e pensava, sem parar: "Só tenho que mante-las fora da casa. Até minha avó chegar. Só ela pode resolver isso".
Engraçado é que a casa da vovó parecia ser muito maior e ter mais quartos e janelas e portas a serem fechadas. Eu continuava fechando tudo sem parar. E parecia que as três mortas-vivas estavam a um passo de entrar na casa, quando eu conseguia trancar tudo, no ultimo segundo.
Foi quando lembrei de fechar uma porta (que não existia na casa) que ficava entre a sala e a cozinha. Também era uma porta de madeira, com venezianas, onde se puxavam dois lados e o mesmo trinco de girar. Cheguei nesta porta e puxei os dois lados. Quando girei o trinco, olhei pelas venezianas e vi os pés das criaturas já dentro da cozinha!!!! Ainda olhando pelas frestas das venezianas vi desistirem de entrar por ali e as vi se arrastando para fora da casa na tentativa de entrar por outro lugar que não estivesse trancado.
Foi quando duas mãos me seguraram por trás. Gritei apavorada e desmaiei.

Quando dei por mim, estava na cama com a minha avó ao meu lado. Segurando nas minhas mãos e orando..
Ela me passava azeite (diz-se unção) pelo corpo todo, principalmente na testa.
Ela falava alto, numa língua desconhecida, só entendia algumas palavras em português no meio das frases.
Na mesma hora me senti segura e não sabia explicar o que havia visto. Eu estava tão confusa que nem perguntei a ela o que tinha acontecido comigo.
Quando ela terminou as suas orações, me deixou na cama dela, com velas acesas e um lampião pendurado no teto (naquela época não existia luz elétrica na casa) e saiu.
Ouvi minha avó varrendo a casa, ainda falando naquela língua estranha e quis olhar. Engatinhei em cima da cama e olhei pela porta. O chão da casa toda estava coberto de terra!!!!
Ela varria a terra para fora de casa e a cada varrida ela repetia uma frase que soava mais ou menos assim:
Ghadata aletera parsin!!! Ghadata aletera parsin!!!
Moeratera quateroyzare vateletri!!! Moeratera quateroyzare vateletri!!!
Nem me perguntem o que significava mas era um ritual de limpeza. Já era noite feita e meus tios começaram a chegar do trabalho quando viram minha avó fazendo aquilo, nada disseram. Apenas me olharam e menearam a cabeça. A partir daí os cuidados aumentaram comigo. Nunca ficava sozinha. Sempre tinha um tio ou primo mais velho comigo.
Nunca soube o que foi aquilo e minha avó nunca disse nada. Nem minha mãe falou uma palavra sobre isso. Eu ficava perdida sem saber o que pensar mas graças a Deus, criança esquece de certas coisas.
Só lembrei disto depois que minha avó morreu.
De vez em quando eu sonho com ela e continuo sentindo, quando estou com ela, a mesma segurança que sentia quando ela estava viva.

< por: Adriana />

< Postagem original publicada em 18/04/2011 ás 12h30 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sábado, 3 de abril de 2021

Mensageira da Morte

< Foto Por: darksouls1 />


< Registro: 16, categoria: Aconteceu Comigo />

Foi no ano de 1994, em março. Peguei uma chuva daquelas, enchentes, valas abertas correndo pela cidade. 

Cheguei em casa, achei que tivesse pegado uma gripe. Me sentia mal, ardendo.
Estava em casa, sozinha. Era meu primeiro ap. Primeira locação, novinho. Não tinha mobília, só uma TV e um colchonete. Deitei nele, me sentindo pior ainda. 

Acho que cochilei um pouco. Quando acordei estava entardecendo.. um fio de sol entrando pela janela no quarto. Estada deitada de frente pra parede e quando virei tinha uma caixinha vermelha escuro no chão. Linda. Toda de luzinhas que nem de Natal. Não vi o que tinha dentro, só via luzinhas. Era um presente pra mim. Um presente de Natal. 

Estava fascinada pela caixinha e, quando ia pegar, estaquei: Uéééééé.. não é Natal... pra que um presente de Natal??
 
Quando olho vejo umas pernas finas... brancas.. curtas... era uma mulher horrenda, esquelética... olhando pra mim... bem perto... cabelos desgrenhados... olhos encovados.. negros... umas olheiras imensas... escuras... e a boca... meu Deus.. a boca escancarada... vermelha.. como se tivesse pintado toscamente de batom bem vermelho.... Os olhos estavam me observando, me olhando bem no fundo, me invadindo, perscrutando.. procurando.. minha alma??? Aqueles olhos tinham vida.. uma vida horrível, indescritível... 

Aquelas mãos de ossos, os braços... era como se estivesse morta há muito.. mas viva!!!
Antes que eu pudesse reagir ela segurou no meu braço... uma mão de ferro apertando, segurando, esmagando meu braço... não conseguia me mexer, não conseguia gritar, não conseguia levantar, estava sufocando, não conseguia respirar, só um pavor tomando conta de mim...

Lá no fundo da minha cabeça comecei a gritar por Deus, pedindo ajuda, misericórdia, em nome de Jesus... me socorre Deus!!! Me ajuda!! Em nome de seu Filho Jesus, me ajuda!!!
Eu sabia que ela veio me buscar, ela tinha vindo me levar para a Morte...
Esta criatura tinha sido paga e enviada para mim. Para me fazer sofrer e me matar. Alguém a enviou.
Eu lutava com ela. Lutava como nunca... Quem sabe do que estou falando, sabe que não é uma luta de corpo rolando, de porrada não.. é uma luta mental, espiritual...
E continuava a pedir a Deus que me ajudasse, em nome do Seu Filho Jesus... como minha mãe havia me ensinado desde criança.
Do nada, me soltei e ela desapareceu...
Sentei no chão tremendo, já era noite feita. Depois disso não acordei mais.
Fiquei 22 dias em semi-coma.
Diagnosticaram um estreptococo qualquer, que invadiu meu sistema linfático.
Mas aquele ser, aquele espírito era real.. sentia ainda aquela mão me segurando...
Uns dias depois minha mãe foi na minha casa, fez umas orações e expulsou o que quer que seja de lá.
Eu juro por Deus e pelos meus filhos que as janelas tremeram quando uma coisa invisível em forma de vento saiu pela janela...
Fiquei em casa me recuperando por 3 meses. Dentro desse período, estava uma tarde em casa, um solão lá fora, uma calor..
Eu ficava sozinha, meus filhos estavam com a avó e meu namorado só vinha à noite me ver. Eu andava pela casa, com dificuldade, por causa do problema do estreptococo nos vasos linfáticos quando vi uma sombra passando da cozinha pra sala.. 

Ahhh.. eu tirei uma força não sei de onde, de Deus, acho.. e pensei: Não vou viver assim, assustada... Eu parecia uma louca gritando pela casa: Você não é daqui, essa casa não é sua, eu não te pertenço, sai daqui e não volte nunca mais!!!! Devo ter sido bem convincente porque nunca mais a vi.
Após quase 4 meses voltei para o escritório e eu soube, assim que a vi, a pessoa que pagou aquele espírito maldito para me matar. Mas eu venci e estou lá até hoje.

< por: Adriana />

< Postagem original publicada em 18/04/2011 ás 12h26 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Cristina

< Foto Por: DarkmoonArt_de />
< Registro: 15, categoria: Aconteceu Comigo />

Cristina era do meu plantão. Uma mulher exuberante, solteira com um filho. Era muito na dela, não falava muito sobre a vida pessoal, mas era boa gente. Tinha um jeitinho de falar com as mãos e às vezes apontava o dedinho e o girava quando algo era muito engraçado. Tinha 42 anos e era extremamente vaidosa, perua mesmo. Cheia de balagandãs, colares, brincão, muitas pulseiras e anéis. Usava roupas chamativas e caras mas por incrível que pareça era tudo de bom gosto. Mas não tinha namorado nem pretendente. Nos nossos plantões conversávamos um pouco sobre trabalho e vida pessoal. A única coisa que sabíamos bem era sobre o único filho, Bill. Freqüentemente a ouvíamos brigar com ele, pelo telefone, por causa das notas, da escola, da internet, coisas de adolescente. Ela se preocupava muito com ele por não ter pai e ficar muito tempo sozinho, porque ela, como todas nós, ficávamos muito fora de casa, por causa do trabalho. Nós nos dávamos bem apesar de não termos nos aprofundado muito na amizade. Eu me dou bem com todo mundo e não seria diferente com ela, até porque ela fazia parte do meu grupo de fim de semana. 

Umas semanas antes de morrer, estava se queixando de dores no peito, coisa boba. Só fui saber de certos detalhes depois. Disseram também que ela estava se abrindo mais, falando mais da vida, dos amores, inclusive conversando sobre religião. Ela era descrente das coisas mas estava interessada.

No sábado que morreu ela não foi trabalhar. Soube que tinha trocado de dia com uma outra pessoa e só iria no domingo. Foi a piscina, conversou com as amigas dela, e marcou de sair pra dançar, à noite.
Como não apareceu as amigas acharam que ela estava muito cansada e que fora dormir cedo porque trabalharia no outro dia. 

No domingo não foi ao escritório, deixando todas curiosas, achando que a noite tinha sido ótima e quem sabe? Estava dormindo, feliz, com alguém!!!

Gisele é muito louca.. meia hippie, de vanguarda, feliz com a vida, fantástica pessoa. Estava doida pra saber porque a Cristina não tinha ido trabalhar.. cachorra.. deu a noite toda e nem liga pra avisar que não vai sair da cama.. Entre espantada e divertida, estava Gisele, de plantão, sozinha, no escritório. Ligou 3897 vezes pro celular de Cristina, que caía só na caixa postal:

— Cris??? É a Gigi. Sua fdp, você nem veio né? Tava boa a noite e me deixou na mão? Me liga.
40 min depois de novo:
— Cris, sua cachorra!!! Já vai dar 11 horas e você nem pra me dar uma notícia!!! Deu tanto assim que não pode nem ligar avisando?? Tchau.
1 hora e meia depois;
— Cris, não é possível!! Onde você se meteu??? Me liga, estou ficando preocupada.

E foi assim o domingo inteiro. Só caixa postal. Nada da Cris.
Mal sabíamos que a essa hora, ela já estava do outro lado.
Às 16 horas, quase final de plantão, o telefone toca. Era o pai da Cris. Quando a Gisele atendeu, e ouviu o pai perguntando sobre a filha, gelou.
Ela não era de fazer isso. Nunca tinha faltado, Nunca deixava os pais, idosos, sem noticias. E o filho também a procurou e ninguém a encontrou.
Liga pro apartamento dela. Nada. Ninguém.
Decidem ir lá pessoalmente. No caminho ligam pros amigos, parentes. Ninguém a tinha visto, desde o dia anterior na piscina do clube.
Quando chegam no prédio vem o porteiro;:

— Que bom que chegaram. Já estava ligando pra vocês. Não sei o que aconteceu mas está vazando água do apartamento da D. Cristina. Já está até escorrendo pelas escadas do prédio e o vizinho de baixo está reclamando que está pingando água pelo teto.

O filho sobe com o porteiro. Nisso a empregada chega com as chaves. Sobem os três. Os pais ficam no hall do hotel a pedido do sindico, que está pensando o pior.
Abrem a porta. Água pela casa toda. Vinha do banheiro. Bill abre a porta, entra no banheiro e vê, com horror e desespero, a mãe sentada na banheira, nua. Morta.

Segunda-feira. Lá to eu, com sono, entrando no escritório e pensando: Putz.. mais uma semana.. Mal fiquei em casa... odeio meus plantões.. pqp!!!
Olho ao redor e estavam todas mudas me olhando. Bem diferente dos dias normais onde parecem estar numa feira, tagarelavam, falavam alto, uma zoeira só.
Algo estava errado, estranho. Minha secretaria vem ao meu encontro, olha pra mim aflita, e me diz:
— Fica calma, mas tenho uma noticia muito triste pra te dar.
Nem sei, exatamente, o que passou pela minha cabeça na hora. Mas sabia que alguém próximo havia morrido. Lembrei vagamente de um sonho que tive.. alguém morreu...
— A Cristina (ela continua) faleceu.
Não era possível! Mas como? A vi.. quando foi mesmo?? Ah na sexta feira.. Mas ela estava ótima. Foi acidente?
— Não. Não sabemos ainda exatamente, mas estão dizendo que foi infarto. Fatal.
Ela não era minha amiga, nem próximas éramos mas... que tristeza... Chorei a perda do Bill, da colega, de uma vida jovem ainda, com tanto pela frente. Chorei por não ter tido oportunidade ou até mesmo vontade de me aproximar mais, de saber mais, de ser mais amiga...
Todas nós sentimos muito esta perda. Ficamos muito abaladas porque foi inesperado. Nenhuma de nós estava preparada.
No enterro todas foram. Menos eu. Não vou em enterros. Quero ter comigo as lembranças boas. Não quero ver ninguém que gosto dentro de um caixão. Fria. Imóvel.
Quero lembrar como a pessoa era, cheia de vida. Prefiro assim. Tenho um problema seríssimo para aceitar a morte.

Um dia após o enterro, estava sozinha no escritório à noite. Eram quase sete.
Gosto de ficar lá nesse horário porque é mais calmo e tranqüilo para ler os processos.
Não sei se foi impressão minha mas a cadeira do salão de vendas rangeu. A porta entre o salão de vendas e a sala de reunião abriu, rangendo. Foi estranho mas podia ter sido o vento.
Fui ver se tinha alguma janela aberta. A luz estava acesa e quando ia puxar a porta pra fechar, vejo a Cris de pé, próxima a mesa de reunião do outro lado da sala.
Não tive medo algum.
Ela estava com uma blusa furta cor de seda. Eu adorava aquela blusa nela.
Estava arrumada como se tivesse ido trabalhar, normalmente.

Ela olhava para mim, com olhos indagadores... me olhava como se não entendesse o que estava acontecendo.
Para Cris, ela ainda estava viva. Pra ela a vida continuava, o trabalho, a família, o cotidiano ainda não haviam terminado. Eu ouvia, na minha cabeça, através daqueles olhos interrogadores, porque eu não passei a ela nenhum trabalho. Ela havia esperado o dia todo por uma palavra minha ou de alguma outra colega, algum cliente para atender, um telefonema qualquer.. esperou o dia inteiro e nada aconteceu... me perguntava: Por quê?? Por quê??
Foi quando me dirigi a ela, olhei dentro daqueles olhos e disse a ela, chorando, um choro que vinha dentro da alma:
- Cris, querida.. você morreu...
Estávamos falando telepaticamente...
Não sei descrever a vocês o que aqueles olhos me diziam e como diziam. Nem o que ela sentiu ao saber, por mim, que não existia mais neste plano de vida. Sei que não percebi nenhum rancor, nem revolta, nem tristeza. Apenas uma aceitação.
Ouvi uma última pergunta na minha cabeça:
— E meu filho? Onde está o meu filho???!!!
Ainda olhando para ela, a segurei pelos braços e respondi:
— Seu filho está bem. Bill está bem, está com os seus pais.
Seu rosto mudou... estava aliviada ao saber disto. Pude ver e sentir que ela se tranqüilizou.
Nos abraçamos longamente, nos despedindo. Mas não para sempre.
Antes pude dizer a ela tudo que eu senti, me desculpei por todas as oportunidades que me foram dadas para me aproximar mais dela, e eu não aproveitei. Me desculpei por trabalhar tanto e só pensar nisso. Pedi perdão por não tê-la visto como uma mulher que precisava de mais apoio e atenção pessoal. Pedi perdão por não perguntar sobre o dia dela, se ela estava feliz, se tinha algum problema, se precisava conversar. Nunca a chamei para sair, nem para beber alguma coisa depois do expediente. Pedi perdão por nunca ter me sentado ao lado dela e conversado amenidades. Pedi perdão por ter sido cega e egoísta e não ter sido AMIGA.

Quando tudo se foi, eu estava chorando convulsivamente, como estou agora.
Lembrar disto me emociona. Pude me despedir de uma possível amiga, que me fora levada antes que eu pudesse criar laços de amizade.
Fico grata a Deus por ter me dado essa oportunidade e penso que, a Cris sabe que eu precisava disto para não me culpar e ser melhor como pessoa.
Uns dois meses depois a revi, em uma outra situação. Conto para vocês numa outra hora.

< por: Adriana />

< Postagem original publicada em 18/04/2011 ás 12h21 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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