sábado, 27 de março de 2021

Fofão

< Foto Por: TracyGem />


< Registro: 14, categoria: Aconteceu Comigo />

< Obs: "Imagem do Fofão não pode ser usada devido a direitos autorais, por isso, a imagem "genérica" de um brinquedo assombrado." />

Vou contar uma que aconteceu com minhas primas. Estava na moda uns bonecos bochechudos com pintinhas na cara e cabelinho de lã, não sei se alguém lembra desses bonecos. (Fofão)

Eu sei que elas tinham dois. Elas dizem que um era o Dudu e a outra era a Duda. Eu nunca gostei muito desses bonecos, mas elas eram apaixonadas por essas marmotas desses bichos.


Só que à noite elas acordavam escutando que alguém estava correndo, dando passinhos rápidos, sei lá. E elas morriam de medo porque não sabiam o que era aquilo, contavam pra mãe delas, mas a ela não acreditava nelas, achava que elas estavam inventando ou estavam sonhando. Elas nem imaginavam o que poderia ser aquilo, até que um dia uma delas deu por falta de um dos bonecos. Eu acho que ele ficava em uma estante que tinha no quarto delas, não lembro direito. Na hora ela começou a chorar e acordou a irmã pra falar que achava que era o boneco que estava correndo pela casa. Ela morrendo de medo jogou o outro boneco pra fora do quarto, fechou a porta e ficou lá, as duas abraçadas chorando e gritando pela mãe delas, mas nada dela vir e os bichos não pararam de correr pela casa.


Quando foi de manhã, elas já tinham conseguido dormir, mas quando abriram os olhos, lá estava os dois bonecos na estante como se eles nem tivessem saído de lá e a porta estava aberta. Elas chamaram a mãe delas e ela falando que ia levar elas em um psicólogo porque elas estavam doidas. Elas chorando e falando que tinham gritado por ela a noite inteira e nada dela responder. Ela disse que nem ouviu nada.


Então ficou uns dias sem acontecer nada e elas achando que era coisa da cabeça delas mesmo. Mas teve uma noite que elas escutaram os passinhos de novo, enfiaram a cabeça pra baixo das cobertas (como se isso adiantasse alguma coisa né) e viram os pézinhos dos bonecos correndo com uma faca grandona na mão. Elas gritaram e a mãe delas dessa vez ouviu, quando ela chega no quarto, os dois bonecos estavam sentados no chão com a faca no colo e as meninas chorando e gritando que nem doidas.

A mãe morrendo de medo de chegar perto e tomar uma facada, ela pegou um cobertor e jogou por cima. Ela diz que sentiu os bonecos se mexendo quando ela pegou a coberta, rezando e embolando, fazendo uma trouxa, ela levou pro quintal, jogou álcool e tacou fogo nos bonecos com a coberta e tudo. Minhas primas morrem de medo e nem gostam de falar no assunto, mas quando elas me contaram isso, elas choraram que nem menino pequeno mesmo, e ainda falaram que na hora que os bonecos estavam queimando elas escutaram um grito e uma risada mó cabulosa ao mesmo tempo.

Depois quando acabou de queimar, os bonecos em vez de tá aquele plástico derretido, estava era uma coisa parecendo que estava carbonizada, saindo aquela fumaça fedida. A faca que os bonecos estavam segurando tinha sumido.


Hoje elas ainda tem medo e não falam no assunto, mas elas já deram até testemunho na igreja que elas frequentam, (porque depois disso elas até viraram evangélicas) eu nem comento nada com elas porque sei que elas não gostam de falar disso tadinhas, mas só de imaginar o medo delas, até eu arrepio quando lembro delas contando isso que aconteceu.

< por: Flávia /> 

< Postagem original publicada em 18/04/2011 ás 12h16 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 26 de março de 2021

Boneco Assombrado

< Foto Por: LeandroDeCarvalho />


< Registro: 13, categoria: Aconteceu Comigo />

Nossa, essa aconteceu comigo e eu morro de medo só de lembrar. Minha mãe foi morar em São João del Rei e eu fiquei morando com a minha avó. De vez em quando eu ia lá pra casa da minha mãe e lá tinha um monte de bonequinhos, tipo bailarina, uns nenéns dentro de uma xícara. E tinha um que era grande, um que segurava uma bola de basquete, e era desse que eu não gostava. Sempre que eu ia lá que eu via esse boneco, ele ficava em cima de uma cômoda, eu colocava ele dentro da gaveta. E não é que quando eu ia ver o bicho estava em cima da cômoda?

Eu achava que alguém que tinha colocado ele lá, mas eu perguntava pra todo mundo e não tinha sido ninguém, fora que parecia que esse bicho ficava me olhando com aquela cara de retardado que ele tinha.

E era assim toda vez, até o dia que eu sonhei com aquele boneco, que ele era o capeta, que tinha crescido umas garras nele e que ele estava vindo atrás de mim. Eu acordei morrendo de medo e quando vi, lá estava o boneco em cima da cômoda de novo. Eu tinha guardado ele. Eu falei pra minha mãe, ela falou que eu estava doida, só que começou a acontecer umas coisas esquisitas com ela tb. Ela de vez em quando, dormia junto com meu irmão na cama dele. E na parede tinha uma prateleira e ele colocou esse boneco lá. E toda noite ela acordava com o boneco caindo na cabeça dela, o negocio era duro que nem pedra, ela acordava brava e colocava ele lá em cima de novo, e era só no rosto dela que o boneco caía.

Ela me falou isso e eu falei pra ela jogar esse boneco fora porque eu tinha sonhado que ele era o capeta. Ela ficou morrendo de medo e jogou o bicho no lixo. Quando foi no outro dia o boneco estava lá em cima da cômoda de novo!! Minha mãe quase teve um ataque, chamou um padre pra benzer a casa, quebrou o boneco todo e jogou num lote vago.
Credo, depois eu ainda sonhei com ele, mas parecia que eu sabia que era sonho, e eu acordava. Mas depois que o padre benzeu a casa, não aconteceu mais essas coisas com esse boneco.

< por: Flávia />

< Postagem original publicada em 18/04/2011 ás 11h59 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sábado, 20 de março de 2021

Carnaval

< Foto Por: KELLEPICS />


< Registro: 12, categoria: Aconteceu Comigo />

Depois de dias de folia e doideiras, muita bebida, chega a hora de voltar. Levanta acampamento. Ensaca tudo. Roupas, utensílios, biquínis, tanto papel, tanto lixo. Bota tudo no carro. Se despede dos amigos, com a promessa de que, ano que vem, estarem todos lá novamente. 
Patrícia, a minha irmã, volta com o Fabinho.
Misto de amigo-namorado. Entram na S-20, saindo de Rio das Ostras para o Rio de Janeiro. São 16 horas de quarta-feira de Cinzas. Daqui a 4 horas estaremos no Rio. Descontando os engarrafamentos, as paradinhas básicas, chegaremos na hora do jantar. Pegam a estrada. Vem ouvindo samba, pagode, axé, rock, rap, hip-hop, o que tocar.

Vem conversando animadamente. Vem tão distraídos falando bobagens, contando e rindo dos micos que pagaram, todas as besteiras que fizeram que quando dão por si estão numa estradinha de terra batida. Estranham mas continuam a viagem. Está anoitecendo. Mato de ambos os lados. Sem iluminação pública. Nada. É uma estradinha curta, um atalho, imaginam.

Fabinho, que não vale nada, começa a falar sobre os espíritos que, às vezes falam com ele. Fala do centro espírita que frequenta, que ele é médium. Para assustar. Sabe que a Patrícia tem horror a isto. Não vê nem filme de terror. Tem medo. Fez xixi na cama até 9 anos de idade por medo de passar pelo corredor escuro e ir ao banheiro sozinha.

19 horas.
Gente, a estrada não acaba mais. Estamos perdidos. Nenhuma luzinha, nenhuma casa pra pedir auxilio. Voltar não dá. A estrada tem que acabar em algum lugar.
De repente, um vulto. Fabinho olha pra Patrícia e diz:
— Eles estão aqui. Lá fora.

Patrícia arrepia de medo, dá uns tapas no Fabinho.
— Droga!!! Pára de me assustar!! Vc sabe que não gosto dessas coisas.

Olha lá fora. Muitos. Um ao lado do outro. Estáticos. Parados. Sem expressão. Velhos. Velhas. Muitos. Incontáveis. Vestidos surradamente. Camisas puídas pelo uso. Zumbis.

Patrícia não sabe o que fazer.

— Corre, Fabinho, acelera esse carro!!! Vamos embora daqui!!!

Fabinho pisa fundo. 100, 110,120... 140 km e o carro não sai do lugar.
Patrícia começa a chorar, a pedir perdão a Deus. Ela não quer morrer.
Fabinho pede:
 
— Fica calma, fica calma. Não vai acontecer nada com a gente. São espíritos. 

Patrícia quer sair dali, pede pra ir mais rápido. Olha no painel: 150 km... Bota a mão pra fora do carro e não sente o vento. Tudo parado. Não tem nada lá fora, presos na estrada sem fim. Nenhum animal, nem pássaros, nem gado.
Apenas aqueles olhos.
Patrícia sente, com horror, aqueles olhos terríveis a acompanhando.
Vê uma velha. Os olhos dela a acompanham. Ela vê o globo ocular se virar para direita, vagarosamente. Como estivesse em câmera lenta... um pânico a acomete.. ela grita sem parar... pede socorro ao Fabinho.. ele também está assustado, são tantos, um ao lado do outro... até onde o farol alto alcança naquela escuridão.

Vêem formas de casas antiqüíssimas, velhas, decrépitas e galpões em ruínas, aquelas cercas quebradas, como se fosse do século passado e há muito nada vivesse naquele lugar abandonado.
Seriam espíritos de escravos??
Olha o relógio.. 22 horas..
Eu não quero morrer!!!! Não quero morrer!!! Mãe!!!! Me ajuda!!!
Sente que a querem.. que vão segui-la até a morte... até a conseguirem.
Pensa nas merdas que fez, nas sacanagens todas, vou pro inferno...
Mãe.. me ajuda... Deus não me deixa morrer!!!
É a ultima coisa que lembra. Quando abrem os olhos estão dentro do carro, no acostamento, numa clareira, numa estradinha. Olham em volta.
É dia!!!! Sete e meia da manhã de quinta.
Onde estamos??? Abrem a boca juntos, vomitam palavras, atropeladamente!!
Você viu??? Foi um pesadelo??
Alucinação?? Porra, Fabinho, eu não cheirei nada, não ingeri nada. Viu o mesmo que eu??? O que era aquilo??
A estrada principal estava a 30 metros dali. Olham em volta novamente.
Onde estamos???
TERESÓPOLIS???
Mas como??? Como viemos parar em Teresópolis?? Como???
Mudos. Sem explicação. Chegam em casa. Patrícia, ainda em choque, dá um tchau e com um sorriso pálido despede-se do Fabinho. Depois a gente se fala...
Pega a mochila, sobe as escadas, abre a porta.
— O que aconteceu com você, Patrícia???????????
Minha mãe grita ao vê-la.
Eu ouvi você chamando por mim a noite toda. Estou sem dormir até agora orando e esperando você chegar. Desaba o choro. Patrícia conta tudo, tremendo, soluçando... Dorme o dia inteiro. Tem pesadelos.

Chego lá de noite pra vê-la.
Minha mãe estava preocupada.
Sentei no sofá da sala e de repente um estrondo no quarto onde Patrícia estava.
Corremos pra lá mas antes que chegássemos ela passa por nós no corredor, derrubando tudo pela frente. Olhos esbugalhados, gritando aterrorizada:
— ELA ESTÀ AQUI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
— Quem está aqui??
— A VELHA, A VELHA DA ESTRADA ESTÁ NO QUARTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ainda me arrepio ao lembrar disso.
Claro que não havia nada lá. Minha mãe começa a orar alto. Patrícia está descontrolada, chorando.. dou água com açúcar, a abraço e faço carinho, dizendo que está tudo bem, que já passou.
No dia seguinte é internada. Uma febre altíssima e dores na barriga inexplicáveis. Ela pediu pra que eu ligasse pro Fabinho. Queria saber se ele estava bem, se a velha da estrada não tinha ido lá. Pediu e chorou tanto que, vencida, fui pro orelhão ligar pro tal Fabinho.
— Fabinho está??
— Não. Diz a voz.
— Posso deixar recado?
— Fabinho está internado.
Fico muda. Não sei o que dizer. Que raio de chá de cogumelo esses dois beberam, comeram, sei lá o quê?????
— Ele está bem? É grave?
— Não sei bem. Liga pro celular.
Minha irmã ficou duas semanas sendo estudada, no hospital da AMIL. Fez todos os exames, queriam fazer uma cirurgia exploratória pra saber o que ela tinha mas não permiti. Ela ficou boa. Os médicos não souberam dizer exatamente o que ela teve.

De vez em quando a gente fala sobre isso. Ela jura, que não cheirou nada, não bebeu nada, não injetou nada. Às vezes penso que o Fabinho pode ter dado um alucinógeno sem ela saber. Daqueles que ligam e desligam por semanas. Ela tem certeza que não. Os médicos também fizeram exames toxicológicos e não apareceu traço nenhum de droga. Ela deve ter razão.
Foi uma visão, uma aparição. Espíritos, demônios, seja lá o que forem. Só encontro essa explicação. Mas como os dois viram a mesma coisa?? Já ouvi falar em alucinação em massa mas isso é ridículo.
O que mais me intriga é que todo mundo que conheço já foi e voltou N vezes de lá e nunca, nunca viram estradinha nenhuma ali. Nunca se perderam. Nunca viram nada de estranho. Por muito, muito tempo ela não dormia sozinha e nem de luz apagada. Não fica sozinha em casa nem a pau. Nunca mais eles se viram. Mas a experiência macabra ficou, para sempre, marcada na alma da Patricia. Mais uma para coletânea da família Vieira.

< por: Adriana />


< Postagem original publicada em 10/02/2011 ás 18h49 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 19 de março de 2021

Meu Filho

< Foto Por: Otogidemon />

< Registro: 11, categoria: Aconteceu Comigo />


Estava escrevendo sobre meu colega de rua que morreu e lembrei do que aconteceu com o meu filho há mais ou menos 2 anos atrás, uns meses antes de mudarmos de Inhauma.

Meu filho atualmente tem 16 anos, então na época ele tinha 14. Nessa idade toda criança é chata, pentelha e não quer mais sair com os pais. Antes de contar, para entenderem, moravam comigo, ainda, meus dois irmãos.

Um dia eu voltava de algum lugar e quando chego em casa, todas as luzes estavam acesas. Já ia dar aquele esporro básico tipo: Não sou sócia da Light, meu dinheiro não é capim. Aquilo que toda mãe que quer economizar fala, quando vi meu filho sentado no sofá da sala com a minha irmã. Ele estava gelado, branco como cera, e chorando, cara de assustado.

Pensei: "Pronto, já vem merda. O que foi que esse moleque aprontou???"

Perguntei:

— O que aconteceu??? Que houve??

Minha irmã olha pra mim com aquela cara de não acredito, fica calma!!! E conta que meu filho estava sozinho em casa, bestando, sem nada pra fazer e entrou no meu quarto pra ver TV. Como ele é medroso pra caramba, fechou as duas portas que dariam para o quintal e pra varanda, únicas entradas para dentro de casa. Ele estava lá vendo TV, quando batem na porta do meu quarto. A principio ele achou que era o meu irmão Junior que tinha chegado e estava de sacanagem com ele. Olhou pela janela mas não viu o carro. Levantou da cama e foi olhar pela casa, pra ver quem tinha chegado. Não havia ninguém. Chama a minha cadela pra ver onde ela estava. Tudo bem. Nada de anormal.

Voltou pro meu quanrto e a ver TV. Sem demora batem na porta de novo, dessa vez com mais força.
Levanta novamente e vai olhar pela casa pra ver se eu ou alguém havia chegado. Nada. Ninguém.
Ele já estava assustado quando acendeu todas as luzes, olhou na casa toda e, como não achou nada nem ninguém voltou pro quarto. Nesta casa todas as janelas, até aquela do banheiro tinham grades. Trancou a porta e se cobriu com o edredom, já tremendo e coração acelerado.

Batem novamente na porta: BUM BUM BUM!!!
Daí ele grita:

— Pára porra!!! Pára de palhaçada Junior!!!!

Continuaram a bater na porta do meu quarto; BUM BUM BUM e viravam a maçaneta como se quisessem entrar no quarto. Ele se encolhe na parede, se cobre até o pescoço e começa a gritar, gritar, gritar.

— Pára, pára, pára!!!!!

Aumentou o volume da televisão ao máximo pra abafar aquelas pancadas e ficou lá com o coração saindo pela boca, olhando fixamente para a maçaneta se mexendo.. Algo ou alguém queria entrar!

De repente tudo pára. E ele fica lá, aterrorizado, sentado na minha cama, encolhido contra a parede até minha irmã chegar. As portas estavam todas trancadas. Não tinha como ninguém sair nem entrar.

Minha irmã abriu as portas, achando esquisito estarem trancadas, andou pela casa, viu as luzes todas acesas e também começou a reclamar das luzes, chamando pelo meu filho e bate na porta do meu quarto, quase gritando para ser ouvida porque o volume da TV estava altíssimo. Meu filho não quis abrir a porta de jeito nenhum, enquanto ela não o convencesse de que era ela. Não demorou muito meu irmão chegou também abrindo o portão da garagem pra entrar com o carro. Só então, quando ele viu as luzes do carro, a cachorra latindo e as vozes conhecidas que ele abriu a porta.

Quando ouvi a história, achei que tivesse sido a garotada da rua sacaneando ele mas não tinham como entrar nem no quintal por causa da cadela, um pastor alemão, não deixaria mesmo ninguém pular o muro e entrar em casa.

Até hoje não sabemos o que aconteceu de verdade, nem quero saber, mas ele, igual a minha irmã, não fica sozinho em casa e se por acaso se vê só, deixa todas as luzes acesas, a porta da sala aberta pra rua (acho que pra correr né??? rs) e a cadela perto.


< por: Adriana />


< Postagem original publicada em 08/02/2011 ás 23h24 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sábado, 13 de março de 2021

Algo Me Cutucou

< Foto Por: TygerTy />


< Registro: 10, categoria: Aconteceu Comigo />

Não lembro bem a ordem cronológica dos fatos, mas sei que a maioria das coisas que aconteceram, foram comigo e com meus irmãos, mas principalmente comigo.

Eu tinha um gato chamado Tom, que tinha um olho amarelo e outro azul. Eu amava aquele gato e ele dormia no meu quarto. Um dia, de tarde, logo que nos mudamos para a casa, eu estava deitada no meu quarto escutando música e escrevendo. A porta estava trancada, quando senti algo cutucando o meu dedão do pé por duas vezes. Como era morta de preguiça e andava sem paciência com o Tom gritei:

— Terezinha, Terezinha (que era a menina que trabalhava em casa)
Ela respondeu do outro lado da porta:
— O que é Kelly?
— Tira o Tom daqui que ele tá cutucando o meu pé.
— Não tá não Kelly, o Tom tá aqui no meu colo eu tava dando comida pra ele.

Putz! Dei um pulo da cama, abri a porta e voei em cima dela gritando:

— Aiii. Alguma coisa cutucou meu dedão!

Aí ela e eu entramos no quarto, reviramos a cama, tiramos o colchão do lugar, mas não encontramos nada. Sinistro. Aí já fiquei meio cabreira. Mas, sempre podia ter sido um outro bicho, sei lá...ou uma impressão...Bem real, aliás!

Essa foi a primeira comigo assim. Mas estava longe de ser a pior, rolaram outras muito mais aterradoras!

< por: Kelly />

< Postagem original publicada em 08/02/2011 ás 23h09 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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sexta-feira, 12 de março de 2021

Casa Abandonada

< Foto por: Myriams-Fotos />



< Registro: 9, categoria: Aconteceu Comigo />

Eu morava até dois anos atrás num dos bairros boêmios mais antigos do Rio de Janeiro chamado Inhaúma. Atualmente, figura nos jornais por ser um dos bairros mais violentos do Rio. Mas, também é conhecido por um bairro que não progride. Dizem, os antigos que, lugar onde tem Igreja e cemitério juntos, não cresce.
 
Inhaúma tem esse nome por causa de um pássaro preto, então, muito comum, chamado de Inhuma (Anhima cornuta). Uma ave preta com um chifre pontiagudo sobre a cabeça. Foi povoado por jesuítas, índios e escravos. Até pouco tempo atrás ainda se via, no local onde se chama Fazenda e Fazendinha (esses mesmos!! Os dos bailes funks e tiroteios), casarões do tempo dos escravos ainda com as correntes e troncos.

Bem, morando a vida toda num bairro assim ouvi e vivi muitas histórias arrepiantes. Também o que tinha de bêbados, não era de estranhar as coisas que viam (ou diziam ver). Enterros surgindo e desaparecendo do nada também, na madrugada, seguidos de pessoas de preto, levando velas. Aquela mulher, vestida como antigamente, que pegava um taxi e pedia para parar no portão do cemitério, atravessava o portão e desaparecia na escuridão (sim, também tínhamos uma!!!!), uivos madrugada toda, casas assombradas, era um shopping do terror!!!

O cemitério era visto de quase todas as casas (antes do bairro ser dividido ao meio pelo Metrô), habitados pela maioria dos funcionários da antiga fábrica de tecidos Nova América, que hoje é um shopping.

Quando era menina cansamos de subir uma rua onde dava pra um lugar conhecido por Manguezal onde víamos o cemitério até o fim. E como era movimentado á noite!!! Luzes, pessoas andando, vultos, macumba comendo, era uma festa. Na época não tinha medo, achava um barato aquelas coisas. Ríamos muito daquilo tudo, das pessoas que passavam e faziam o sinal da cruz, por respeito e medo.

Até um dia que parei de achar engraçado, quando, nossa turma quase morreu ao entrar numa casa abandonada, e entre brincadeiras vimos a coisa mais terrível para uma criança: uma família inteira degolada, pai, mãe, um rapazinho e crianças, não me lembro bem, duas ou três (tem um que disse que era um moça em vez do rapazinho). Era sangue pra todo lado, aquele fedor de podre e de morte e ouvimos passos de alguém que emanava maldade chegando perto de nós.

Era o assassino. Nunca corri tanto na vida.
Jonas, meu melhor amigo até hoje, não me deixou lá, pegou na minha mão e não olhamos pra trás. Descemos a rua correndo mais que podíamos, completamente às escuras (não havia iluminação publica no trecho do Manguezal), chegamos pálidos e suando frio na casa dele.

O Jonas estava pior que eu. Eu achei que tínhamos visto um assassinato, ele achava que tinha visto fantasmas. A avó dele cuidou de nós, nos deu água. Eu só chorava e o Jonas estava em choque.

Até que lembramos dos outros que estavam conosco. Quem disse que tivemos coragem de sair de novo? Telefone só tinha quem era rico e pra falar com alguém íamos a pé ou de bicicleta. Foi quando o pai do Jonas chegou. Contamos a ele, que não entendeu do que dissemos e finalmente ele foi checar nossa história porque a casa estava abandonada há anos e nem a mãe dele lembrava bem quem foi a ultima pessoa que morou lá.

Antes, passou na casa da Lilian e do Willian que também estava com a gente (eram irmãos), verificou que estavam histéricos mas bem e, foi na casa do Márcio, que morava na mesma rua que eu. Ele não estava em casa, a mãe dele, D. Luisa, o encontrou debaixo da cama, todo urinado e chorando.

A esta altura o pai do Jonas, que também se chama Jonas, chamou mais homens, o pai do Márcio e o tio da Lilian e do Willian. Se houve um crime ele não ia sozinho lá. Sei que reviraram a casa de cabeça pra baixo e, a essa altura, o ocorrido já estava fervendo nas ruas pacatas do bairro e uma pequena multidão estava do lado de fora aguardando o desfecho. Já deviam ser um pouco mais de 22 horas porque o plantão da tarde da fábrica havia acabado e os funcionários estavam chegando em grupos. Foi um auê. 

Não encontraram nada. Nem uma gotinha de sangue. Nem família, nem crianças, nada. Só lixo e folhas secas. Pior foi acharem que tínhamos mentido. Juramos que não, vimos quase a mesma coisa, só o Marcio que jura até hoje que não viu nada, só ouviu os passos e sentiu uma maldade no ar e, lógico, nossos gritos e correria. O Jonas eu vejo todos os meses, ele é padrinho da minha filha. De vez em quando, quero falar sobre isso e ele leva as mãos aos ouvidos e tampa. Não quer comentar sobre isso de jeito nenhum. A Lilian e o Willian só vi mais algumas vezes mas nunca falamos.

Algum tempo se passou. A vida voltou a normalidade. De vez em quando ouvíamos nossas mães contarem casos estranhos, objetos que desapareciam, pessoas estranhas andando pela madrugada na rua, gritos e gargalhadas ecoando, coisas assim. Não era tão estranho assim, porque onde morávamos, particularmente, as ruas se cruzavam, formando as famosas encruzilhadas, que todo macumbeiro, feiticeiro, bruxos sei lá como se chamam, gostam de baixar trabalhos. Pior era a sensação, a opressão que sentíamos. Como se algo muito ruim fosse acontecer.

< por: Adriana />

< Postagem original publicada em 18/01/2011 ás 23h38 no Aposentado Blog Histórias Sobrenaturais />
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